quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Bogotá, aí vamos nós!



Vinte anos depois, Portugal e Brasil vão repetir a final de Lisboa, onde os portugueses levaram a melhor nas grandes penalidades, jogando a final do Mundial de Sub-20 em Bogotá.

O Brasil partirá como favorito pelas individualidades que tem do meio-campo para a frente, onde pontificam jogadores como Casemiro (médio do S.Paulo) Philippe Coutnho (Inter de Milão), Oscar (novo craque do Internacional de Porto Alegre), Henrique (avançado do S.Paulo) ou Willian (a nova coqueluche do Brasileirão, ao serviço do Corinthians). Além do mais, apenas sofreram golos em dois jogos (sendo que contra a Espanha sofreram dois golos), mostrando igualmente eficácia defensiva, numa defesa liderada pelo também jogador e defesa-central do S.Paulo, Bruno Uvini.

A selecção brasileira, treinada por Ney Franco, pelo que vi esta madrugada contra o México, gosta de apostar na técnica dos seus jogadores e beneficia do facto de a maior parte deles ser titular nos respectivos clubes (mesmo Coutinho já ganhou o seu lugar no Inter) e de ter no banco jogadores capazes de entrar e quase não diminuir a qualidade do jogo 'canarinho' (olhe-se para Dudu, do Cruzeiro, Allan, do Vasco ou Alan Patick, do Santos mas sobretudo Negueba, do Flamengo).
No entanto, na primeira parte contra os mexicanos, houve muito espaço entre a linha defensiva e os chamados "volantes", factor que acabou por deixar espaço aos médios do México, que conseguiram criar algumas situações de perigo a partir desse mesmo espaço. Na segunda parte, os brasileiros fizeram correcções e apesar de ter perdido alguma acutilância ofensiva, souberam equilibrar a equipa e matar o jogo na altura certa com a entrada de Negueba, que agitou o jogo pela direita e tirou um cruzamento perfeito para a cabeça de Henrique (na foto) ao minuto 80, numa altura em que parecia inevitável o prolongamento (depois, passados quatro minutos, Henrique bisou e resolveu a partida).

Apesar de todas as qualidades do adversário, Portugal poderá tentar explorar o lado esquerdo da defesa brasileira com Caetano,e extremo veloz do Paços de Ferreira, pois Gabriel Silva (lateral-esquerdo) e Jesus (o central encarregue da dobra) falham neste espaço várias vezes, devido ao posicionamento ofensivo de Gabriel e a alguma lentidão de Jesus, sendo que ontem ambos foram amarelados, mostrando alguma dificuldade em parar quer Orrentia, quer Guarch.

Por outro lado, a nossa selecção foi fantástica frente à França e com uma exibição muito boa de Danilo e também do colectivo nacional, conseguimos uma vitória segura (a primeira por dois golos de vantagem) e seguimos em frente, acabando com o mito dos franceses. Mika voltou a estar em grande e a selecção demonstrou muita maturidade na forma como segurou o jogo, tendo consciência de melhores individualidades adversárias. Como lhe chamou Ilídio Vale, é a "selecção da coragem". Para o Mundo ver, Domingo às 2h da manhã, Portugal-Brasil, em Bogotá!

P.S.: Faria apenas uma troca no onze, tirando Alex (joga melhor pela esquerda) e colocando Caetano para explorar o lado esquerdo brasileiro. FORÇA PORTUGAL!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Mundial Sub-20: a decisão aproxima-se!


Amanhã, a selecção portuguesa de sub-20 irá jogar as meias-finais do Mundial contra a França. A França que tantos desgostos tem dado aos portugueses quando em competições seniores, vai uma vez mais jogar contra Portugal, agora em sub-20.

Portugal parte bastante moralizado para a partida, fruto de um vitória muito sofrida, quase milagrosa, numa série de grandes penalidades que ficará, para quem viu, para a história, frente à Argentina de Lamela ou Iturbe mas que em fraco plano se exibiu contra a selecção de todos nós, resultado também de uma defesa muito forte, comandada por Mika (o novo herói) e Nuno Reis, um capitão que, apesar dos gestos no final do jogo, se impõe como líder dentro do campo. Depois disso, Portugal viu ainda a favorita Colômbia cair aos pés do México, depois de ter dado tão boa conta de si nos jogos anteriores (inclusive, conta-se um 4-1 à França). Restam agora Brasil e México, para além dos já falados Portugal e França.

Esta não é uma selecção que brilhe intensamente. Mas a grande equipa é aquela que procura ganhar mesmo não tendo grandes jogadores e que, apesar de não brilhar, procura o golo com frequência mas olha para trás sempre com muitas cautelas. Assim se justifica, as inúmeras oportunidades de golo que Portugal já criou ao longo da competição mas, por outro lado, os vários desperdícios que se têm verificado. O score fixa-se em 3-0, com dois golos de Nélson Oliveira e um de Mário Rui.

A selecção tem alguns jogadores bastante interessantes: Nélson Oliveira, avançado formado no Benfica e que rodou no Paços na última época, ficando esta época no plantel encarnado, destaca-se pela capacidade de movimentação e finalização, se bem que por vezes exagera nos “mergulhos”; Caetano, formado no FC Porto e pertencente ao plantel do Paços, é um extremo baixinho e muito veloz, com muita técnica e um verdadeiro quebra-cabeças para as defesas adversárias; Danilo, médio do Parma que foi formado pelo Benfica e seguido Por Juventus e AC Milan, impõe respeito no meio-campo e é o principal ajudante da defesa; e, para além de Nuno Reis e Mika, também o lateral-direito Cedric Soares está-se a mostrar em grande nível, defende muito bem e sai a jogar com alguma facilidade, sem nunca se expor ao erro.

Esperemos agora que a França, segunda classificada do Grupo A e que eliminou Ecuador e Nigéria (esta última no prolongamento) e que tem em Lacazette e Fofan as suas principais estrelas (curiosamente, os marcadores dos golos na última partida), não nos crie dificuldades de maior e que a selecção treinada por Ilídio Vale siga para a final, onde poderá encontrar o Brasil e ter uma final de língua portuguesa em Bogotá!

O futebol voltou




Acabou ontem a primeira jornada do campeonato português, onde apenas três equipas venceram os respectivos jogos. No entanto, pelo critério dos golos marcados, apenas Académica e Vitória de Setúbal, dois históricos do nosso futebol, se tornaram líderes, relegando o FC Porto para 3º lugar (ganhou por 1-0, enquanto que Académica e Vitória venceram os seus jogos por 2-1).

Tendo oportunidade de ver cinco jogos na abertura do campeonato, as exibições que mais me agradaram foram as de Sporting e Académica, sendo que os leões poderiam ter conseguido bem mais do que um empate frente a um Olhanense apenas a colocar trancas na sua baliza. O golo de Izmailov acabou por se tornar num mal maior, enquanto que a Briosa poderia ter chegado a uma goleada, não fosse o facto de Marinho e Éder(na foto) terem desperdiçado dois golos absolutamente feitos.

Depois, Braga e Benfica desiludiram no início de época, apesar de eu achar que em Agosto é difícil haver grandes exibições em equipas em construção, até porque os índices físicos ainda não estão no máximo. Apesar de tudo, tive alguma dificuldade em perceber as declarações de Jorge Jesus quando este disse que, ao intervalo e com 2-1 no resultado, os encarnados pensaram ter o jogo ganho. Ora, uma equipa com a experiência do Benfica não se pode dar a este luxo com um resultado tão inseguro; quanto ao Braga, dominou a partida mas acabou por criar poucas oportunidades de golo, não desfazendo o nulo.

Quanto ao FC Porto, um ‘penalty’ convertido por Hulk acabou por dar a vitória aos dragões na cidade de Guimarães. Com Falcão, Guarín e Palito no banco, o Porto poderia ter feito melhor, uma vez que mantém a estrutura da época passada mas por estas alturas, o resultado é sempre o mais importante e, nesse campo, a equipa cumpriu o seu papel.

Por fim, há ainda a destacar mais dois nulos e a já falado vitória do V.Setúbal sobre o Paços por 2-1 com um golo já nos descontos marcado por João Silva(na foto).

Quanto a jogadores, Nolito teve uma grande estreia no campeonato nacional, realizando grande exibição; Laionel marcou o melhor golo da jornada e deu um precioso empate ao Gil; a defesa do Rio Ave deverá ter pesadelos com Pizzi (Braga) durante os próximos tempos); saúda-se o regresso de Izmailov ao nosso campeonato, pois bons jogadores são sempre bem-vindos; João Silva teve uma estreia muito boas pelo Setúbal, marcando o golo que deu a vitória aos sadinos; Hulk acabou por decidir a partida de Guimarães com um ‘penalty’ que contou com a sorte para ser convertido; Marinho agitou por completo o jogo da Académica e, a par de Danilo Cintra, foi um dos melhores em campo na partida que encerrou a primeira jornada do campeonato; a primeira expulsão do campeonato foi de Fonseca, avançado do Feirense, expulso ao minuto 61’ do jogo contra o Nacional.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Greve na Liga BBVA

Os jogadores da Liga Espanhola entraram oficialmente em greve, que deverá afectar as duas primeiras jornadas se os conflitos entre os jogadores e as direcções dos respectivos clubes não forem ultrapassados.

Mas, ao contrário do que se possa pensar, esta greve não visa um aumento de salários ou sequer tentar acabar com a imposição dos impostos aos jogadores, mas sim "o cumprimento dos contratos de trabalho", segundo diz o Presidente da Associação de Futebolistas Espanhóis, tomando "a decisão responsável, firme e unânime de convocar greve para as duas primeiras rondas". Assim sendo, pode-se perceber que os jogadores não estão a brincar, ate julgando pelas palavras de Iker Casillas, jogador não afectado por este problema mas que se mostra solidário pelos companheiros de profissão, garantindo que ninguém irá jogar nestas duas rondas se não forem cumpridos os pagamentos em atraso e indemnizações por dispensa de alguns futebolistas (calculam-se que sejam cerca de 200 os trabalhadores afectados por este incumprimento nos pagamentos).

Tenho a dizer que concordo plenamente com a decisão dos jogadores espanhóis e só acho que faz falta em Portugal algo do género, tantas são as situações de incumprimento por parte dos clubes portugueses. Enquanto não forem tomadas medidas drásticas, os clubes vão continuar a manter-se com ilegalidades que não deviam ser permitidas no futebol nacional!

Uma Supertaça, já lá vão 18



Não tive tempo de escrever em tempo oportuno sobre a final da Supertaça Cândido de Oliveira, jogada em Aveiro e que consagrou, uma vez mais, o Futebol Clube do Porto como vencedor da competição. Os dragões conquistaram a sua 18ª Supertaça sem que, no entanto, conseguissem uma grande exibição ou futebol muito atractivo.

Diga-se que, por esta altura, é perfeitamente normal que qualquer equipa não jogue futebol atractivo. Neste tempo de Verão, onde os jogadores ainda não estão a 100%, é natural que as exibições não sejam aquelas que se esperam e as equipas jogam mais para o resultado. Por isso não estranhei que a partida fosse mediana, com espaços de bom futebol praticados pelo FC Porto, justíssimo vencedor num jogo onde o Vitória poderia ter feito bem mais (apesar de não pedir grandes exibições, pode-se pedir mais atitude e maior ambição aos vitorianos), saindo derrotados com naturalidade perante um dragão que não esteve, nem de perto nem de longe, a jogar com a máxima força (faltaram no onze titular jogadores como Álvaro Pereira, Otamendi, Guarín ou Belluschi, Fernando e Falcão).

Destaque, sobretudo, para Hulk, o "Incrível" Hulk que parece ter voltado na mesma forma da época passada, explosivo e jogador do colectivo, contribuindo de forma decisiva para o "abrir do livro", com um passe de letra fenomenal direitinho à cabeça de Rolando que, vejam só, tornou-se no herói improvável, ao substituir Falcão como goleador da equipa e, com dois golos, decidindo a partida. A primeira amostra dos dragões foi uma amostra de vencedor, de equipa eficaz e que a espaços, como já escrevi em cima, conseguiu desenhar boas jogadas (sem serem deslumbrantes mas boas).
Quanto ao Vitória, precisa de melhorar em muita coisa se se diz realmente candidato ao 4º lugar.

Liga 2011/2012: Por fim, role a bola!




Hoje começa a Liga ZON Sagres 2011/2012, quando às 20.45h João Ferreira apitar pela primeira vez no Estádio Cidade de Barcelos. Gil Vicente e Benfica são protagonistas do primeiro jogo do campeonato, o segundo oficial em competições nacionais (recorde-se a Supertaça, onde o FC Porto venceu por 2-1 o Vitória de Guimarães).

Olhando para as equipas, naturalmente é o Benfica a partir como favorito mas a verdade é que nos últimos anos os encarnados têm tido muita dificuldade em ganhar na primeira jornada (nem mesmo com Jorge Jesus no comando, a equipa conseguiu quebrar essa malapata). O Benfica de hoje é talvez o melhor em termos qualitativos e quantitativos dos últimos anos e tem um plantel completamente remodelado, onde se destacam claramente as saídas dos dois melhores jogadores da última época (Fábio Coentrão vendido por 30M€ e Carlos Martins emprestado de forma inexplicável ao Granada) e, por outro lado, as entradas de Witsel, Enzo Perez, Garay e Capdevilla e ainda do regresso de Rodrigo. A estrutura táctica deve igualmente mudar, num 4x2x3x1 que já eu resultados na Europa e promete trazer maior qualidade no miolo encarnado, com Nolito a abrir na asa esquerda (grande surpresa até agora), Gaitán na direita, Witsel ao lado de Javi e Aimar à sua frente, apoiando Saviola no ataque. Atrás, a defesa está feita, com Artur na baliza, Maxi na direita, Garay e Jardel (no lugar do castigado Luisão) no centro e Emerson na esquerda.

Quanto ao Gil, a equipa conseguiu reforçar-se com alguns jogadores de qualidade como Yero, Laionel ou Leandrinho (avançado ex-Volta Redonda) ou ainda Sciola, lateral-direito de 25 anos que vem do Ituano e já representou o plantel principal do São Paulo. Ainda não há certezas quanto ao sistema táctico a apresentar mas o onze, olhando para os principais jornais desportivos portugueses, deve ser este: Jorge Baptista; Éder Sciola, Sandro, Cláudio e Caiçara; André Cunha, Luís Manuel, João Vilela e Pedro Moreira; Hugo Vieira e Luís Carlos, num 4x4x2 losango em que Leandrinho e Yero (na foto) não entram por estarem lesionados e Laionel se senta no banco. Há a destacar a permanência de Luís Carlos no plantel, um avançado que era suposto ter saído de Barcelos mas acabou por ser apresentado em Julho como elemento integrante da equipa.

Espero acima de tudo que seja um bom espectáculo e que ambas as equipas dignifiquem o campeonato português, que bem precisa de bom futebol.